Pigas
- Bruno César Vieira
- 3 de jun. de 2014
- 1 min de leitura
Atualizado: 19 de fev.
Pigas é cigarro
que dá pigarro,
aquele barato.
Estrago, ingrato,
cof, cof.
Um vício, Um rito.
Tubo, artifício.
Queima um piga aí.
Não, não foi opção,
mas não deixa de ser.
Quer dizer,
sabe como é,
ou nem?
Vê uma breja!
Enche o copo
e lacrimeja.
Sem espuma,
eu sei, mas,
é sem espuma!
Tá, eu sei. Puta curva burra, cerva turva, lua bruta.
eu peço outra,
neutra,
turva.
Ela pega o pigas
encosta aos lábios.
fixa no batom vermelho brisa
e acende a lume chama incessante,
pára então,
na ponta da brasa
envolta por cinzas.
Ela me finta
-um quadro perfeito.
eu não estudei, juro que não sabia
mas olha lá,
que putafotografia!
Se não é dos meus e eu vejo bonito,
deus brinca comigo
e o diabo; Adeus.
Puxo papo.
Mandei bem.
Você fuma?
Ludibriei.
O maço acaba
ela acende e se gaba.
O primeiro trago é o mais gostoso.
Mata a fome,
preocupa e some
e sente e relaxa,
pois com minhas dores sumiu.
A pressão caiu...
Está caindo,
caindo
e caiu.
A pressão caiu.
Respiro,
e fixo.
A cabeça emergiu
desse submundo.
Relaxado,
livre,
leve.
Seu corpo fraqueja.
Bato no filtro
pra cair as cinzas.
Nasce um calo.
Unha ranzinza.
Trago, aspiro, baforo.
Por que fumar é tão bom?
Dou risada,
Pergunto:
Sabe o que mais é bom?
Ela ri.
Dá um passo pra trás,
não pode ser tão fácil.
Trago, traga.
Mas você prefere fumar ou beijar?
Fumar beijando.
Ela ri.
Foi aí.